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Sérgio Martins - Fundador da Profitage
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A desaceleração do mercado, causada pela pandemia do Coronavírus, pede atenção redobrada com a gestão do negócio. Reduzir custos operacionais é uma forma de garantir a sobrevivência da empresa, aumentando a lucratividade.

Levantamento do Centro de Estudos de Mercado de Capitais (Cemec), da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), indica que metade das grandes empresas em funcionamento no Brasil pode ficar com caixa negativo nos próximos meses, devido à instabilidade econômica.

Reservas das 245 organizações estudadas, segundo os pesquisadores do Cemec, são provenientes da receita do ano passado. Em função disso, não aguentariam se manter sem obter novas vendas.

As consequências da crise de saúde pública são maiores em pequenos e médios empreendimentos. De acordo com uma pesquisa realizada pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), mais de 600 mil negócios fecharam em decorrência às dificuldades geradas pela Covid-19.

Riscos da crise

Conforme o Sebrae, 9 milhões de colaboradores já foram demitidos no país. A entidade também cita que 30% das 6.080 organizações ouvidas na pesquisa em abril pediram empréstimos para seguir funcionando.

Em meio às adversidades enfrentadas pelos empreendedores, algumas decisões precisam ser tomadas com urgência para evitar o agravamento da situação. Uma das mais importantes medidas para evitar a falência é a revisão de gastos em procedimentos internos.

Reorganizar os custos operacionais abrange desde pequenas atitudes diárias, como diminuir a quantidade de luzes acesas durante o dia, manter as torneiras bem fechadas e evitar impressões desnecessárias, até gastos maiores com o processo produtivo.

Evitar o desperdício de matérias-primas, manter o controle financeiro sobre a folha de pagamento, além de ferramentas, aquisição ou depreciação de maquinários ou equipamentos, assim como de materiais de conservação e de limpeza, são algumas formas possíveis de ter bons resultados.

Revisão de processos

Em primeiro lugar, é preciso descobrir quais são os pontos que limitam o desenvolvimento da empresa. Manter altos gastos de operação impacta diretamente no preço de produtos ou de serviços e, consequentemente, nos seus ganhos.

A avaliação dos custos pode partir da análise de preço e de volume. O cálculo indicará qual o valor total gasto com uma matéria-prima, a partir da multiplicação do seu preço unitário com o seu volume adquirido.

Esta fórmula pode ser usada tanto para verificar gastos fixos, como o valor de aluguel, quanto para prever custos variáveis, como a quantidade de luz e de água aplicados diretamente na operação do negócio.

Dessa forma, pode-se antever a economia gerada pela diminuição do volume de algum elemento operacional.

Ações que otimizam processos sem comprometer a qualidade de produtos ou serviços ajudam a diminuir as contas no final do mês. Reavalie o tempo empregado na operação, revisando quais materiais e pessoas estão envolvidos em cada atividade.

Instituir o modelo de home office em alguns setores, por exemplo, pode diminuir custos com deslocamento e até mesmo com infraestrutura. Fazer o realinhamento do quadro de colaboradores também pode fazer a diferença.

Atenção ao retrabalho

Arquitete um modelo de atuação mais enxuto, potencializando os resultados. Conhecer o funcionamento de cada área ajudará as lideranças a redirecionar funcionários para atuarem em diferentes tarefas ao mesmo tempo.

Esteja atento aos erros gerados na operação, pois eles causam custos extras. O retrabalho reduz a capacidade de produção, além de gastar mais recursos físicos e operacionais.

Organize os processos, mantendo a equipe preparada e com a meta de zerar falhas e possíveis acidentes nas rotinas de trabalho. Dessa forma, todos saberão como agir, respondendo a cada situação.

Busque melhores preços para insumos e serviços terceirizados. Ao renegociar contratos com fornecedores e parceiros, pode-se obter melhores prazos, taxas e formas de pagamento. O mesmo pode ser feito com dívidas e tarifas bancárias.

Pesquise outras opções no mercado, com valores menores e benefícios extras, dando um fôlego maior ao caixa em épocas de baixas vendas ou recessão financeira. Deixar de fazer algumas etapas de produção também pode significar economia.

Boas práticas

Compartilhe serviços, alugue tecnologias subutilizadas, além de espaços vagos na empresa. Dessa forma, pode-se melhorar o rendimento de cada bem, garantindo a redução de suas taxas de ociosidade.

Garanta o bom funcionamento de equipamentos e maquinários, por meio de boas práticas e manutenções preventivas. Dessa forma, evitam-se quebras e custos extras com consertos inesperados.

Renove a sua infraestrutura periodicamente, garantindo a qualidade de produtos e/ou serviços. Novas tecnologias costumam trazer soluções que ajudam a otimizar processos e economizar energia elétrica, por exemplo.

Ofereça treinamentos para as equipes, possibilitando que haja talentos dentro da empresa capazes de resolver problemas de forma proativa. Assim, ganha-se com tempo e maior produtividade através de soluções internas.

Economize nas atividades

Garanta a liquidez da sua empresa, fazendo com que seus produtos e/ou serviços girem mais. Tenha uma capacidade produtiva capaz de atender à sua demanda de pedidos e vendas. Manter um estoque pode representar custos a mais com manutenção, funcionários e segurança.

Adote metas para instituir um limite de gastos e corte progressivo de custos na empresa. Peça sugestões das equipes de como economizar nas atividades, garantindo a conscientização e o engajamento de todos.

Estratégias de redução de custos operacionais devem integrar um plano maior, que garanta a reorganização financeira do negócio. Analise os indicadores, converse com as lideranças sobre possíveis cortes e trace um planejamento financeiro para a retomada do crescimento.

Gestão de custos

Ter uma boa gestão de custos operacionais implica em contas classificadas e analisadas periodicamente, trazendo mais qualidade e eficiência aos processos produtivos.

Garantir o funcionamento do negócio de forma mais equilibrada traz vários benefícios, como:

- Saúde financeira;

- Aumento da lucratividade;

- Mais rentabilidade;

- Ganhos em produtividade;

- Maior competitividade.

Pode-se instituir padrões de controle, por meio de Procedimentos Operacionais Padrão (POP). Eles possibilitam fazer a análise do consumo a partir do volume em cada etapa de produção, indicando alterações que geram maiores custos.

É possível fazer este controle de forma automatizada, tendo melhores margens de lucro. Os dados gerados auxiliarão na avaliação de indicadores, como margem de contribuição, retorno do investimento (ROI) ou taxas de lucratividade.

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